Mercado Modelo
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Quem assistiu pela televisão as imagens do Mercado Modelo
sendo destruído pelo fogo, no grande acidente de 1983, até hoje se emociona. "Eu
era criança e lembro que achei que tudo estaria acabado ali, nunca mais eu veria
aquele prédio", conta a estudante Andréa Gomes, hoje com 25 anos. Apenas a
estrutura ficou de pé. Parecia que o imponente prédio, construído em 1861 para
abrigar a terceira alfândega de Salvador, nunca mais serviria de cenário para
tantas histórias da Bahia. Mas esse foi, na verdade, o segundo incêndio da
história dos comerciantes do Mercado Modelo: treze anos antes, em 1969, o prédio
original do mercado, que funcionava ao lado da Rua Chile, foi destruído, sendo
esta a causa da mudança para a Praça Cayru, em 1971.
Depois da reforma, o Mercado Modelo voltou a funcionar ainda mais imponente.
Nas instalações que apresentam uma planta quadrada com uma construção circular
ao fundo - antes servia para atracamento dos navios de mercadorias -, estão
espalhados 262 boxes, em dois andares. Em conjunto com as barraquinhas que ficam
no pátio externo, formam o maior centro de artesanato de Salvador. Existem ainda
dois restaurantes, o Camafeu de Oxóssi e Maria de São Pedro, que curiosamente
ocupam o mesmo espaço no andar superior. Já no térreo, estão bares mais simples,
com bebidas típicas e tira-gosto. No mercado podem ser encontrados os mais
variados tipos de artesanato baiano, desde peças de cerâmica, madeira, renda,
palha, até jóias com pedras semi-preciosas, prata, couro. E, claro, figas,
patuás, balangandãs típicos da Bahia.
O prédio, de propriedade da Prefeitura de Salvador, reproduz formas
neo-clássicas consagradas da segunda metade do século XIX e é tombado pelo
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. É cercado pela praça Cairu, Elevador
Lacerda, armazéns das Docas, edifícios comerciais e um pequeno ancoradouro,
conhecido como Rampa do Mercado Modelo, onde ainda aportam saveiros. Há poucos
anos, no subsolo do Mercado, foram descobertos túneis sustentados arcadas, antes
utilizados como refúgio contra os invasores estrangeiros. O local fica abaixo do
nível do mar e, por isso, está constantemente alagado.
Mesmo quem nunca veio a Salvador conhece o Mercado Modelo, pelo menos de
nome. Muitos ainda conhecem a imagem de cartão postal do belo prédio amarelo.
Parada obrigatória para quem visita a capital baiana, o local é um dos cinco
pontos turísticos mais visitados de Salvador. A rampa, que serve de ponto de
venda de peixes, é citada em pelo menos três livros de Jorge Amado: Mar Morto
(1936), A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua (1961) e O Sumiço da Santa
(1988). O espaço funciona todos os dias da semana das 9h às 19h. Aos domingos e
feriados, o fechamento é mais cedo, às
14h. |
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Roda de Capoeira |
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O Mercado Modelo parece ser o cenário ideal para uma roda
de capoeira. O colorido do artesanato, o mar ao fundo e o som do berimbau fazem
parar o olhar de turistas e pessoas que transitam pelo Comércio. Todos ficam
hipnotizados pela música e o gingado dos capoeiristas. As rodas de capoeira já
fazem parte da paisagem, e quem puder, pode contribuir com R$ 1,00 para os
integrantes dos grupos que se apresentam. Algumas cantigas, como esta do Mestre
Curió, fazem alusão ao mais famoso mercado da Bahia.
"Tava no Mercado Modelo Modelo Esperando o amanhecer, ai auê Tava
no Mercado Modelo Modelo Esperando o amanhecer, ai auê Muita gente
esperando, perguntando Camará que vai fazer, ai auê Muita gente
esperando, perguntando camará que vai fazer, ai auê Eu respondo, eu sou
capoeira e maculelé, ai auê Eu respondo, eu sou capoeira e maculelê,
ai auê Ai ai auê, aiê! Ai ai auê"
Fonte: i Bahia.com |
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